Mais uma chacina, a ZO pede paz
Em poucos minutos ocorre a maior chacina do ano em São Paulo. Em uma noite de terror, na quinta-feira (13), uma série de ataques nas cidades de Osasco e Barueri, Zona Oeste da Grande SP, deixaram 19 mortos e 6 feridos.
Em poucos minutos ocorre a maior chacina do ano em São Paulo. Em uma noite de terror, na quinta-feira (13), uma série de ataques nas cidades de Osasco e Barueri, Zona Oeste da Grande SP, deixaram 19 mortos e 6 feridos. Os boatos (e tudo nos leva a crer que são verdadeiros) são de que esses ataques seriam uma retaliação de policiais militares contra a morte de um cabo da PM no último dia 7, em Osasco. Mesmo assim, programas policiais tentam colocar a culpa no próprio povo pobre.
Homens encapuzados desceram de seus carros, perguntaram quem tinha passagem policial e atiraram. A região já está, de certo modo, “acostumada” com esse tipo de ataque. Em 20 anos morando em Osasco, esse que vos escreve já presenciou incontáveis “toques-de-recolher” e chacinas.
Essa lógica de matar pobre em massa nas periferias é reflexo de uma política segregacionista e racista, fortemente presente na instituição policial. Não é à toa que a maioria absoluta das vítimas da chacina de ontem são jovens negros.
Se engana quem pensa que o Carandiru e a Candelária ficaram pra trás, na história. Estão presentes no dia-a-dia da quebrada, no choro das mães que perderam seus filhos e nos rostos aterrorizados da população periférica, que nessa noite em que escrevo (14) está trancada dentro de suas casas com medo das ameaças de mais ataques, que vem tanto por áudios no WhatsApp, como pela própria página oficial da ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) que postou que trancaram Osasco e que se bandido passar na frente “é rajada de 7.62”. Deve ser de conhecimento geral que, para a ROTA, todo preto e pobre é bandido.
A partir das 22h já não tem mais ninguém na rua, porque na periferia são vários os “Homens na Estrada” que Mano Brown cantou.