E de repente, nossa rotina e nossos planos foram interditados pela nova pandemia do coronavírus. Cientistas, sanitaristas e trabalhadores da saúde se desdobram ao redor do mundo para dar conta da imensa quantidade de doentes e na tentativa de superar a doença que já matou milhares de pessoas em todos os continentes. Mas a realidade é que no Brasil a situação já se aprofunda e é bastante grave. São mais de mil casos confirmados e 15 mortes, com números que crescem a cada momento.

Diferente de outros países, o governo Bolsonaro age de forma irresponsável e criminosa, colocando a vida da população brasileira em risco. Negando a existência da pandemia, dizendo ser uma fantasia, um histeria da mídia, e não tomando medidas contundentes para impedir seu avanço. Além disso, já são 22 pessoas da sua comitiva nos EUA que estão com o coronavírus. No último dia 18 de março, Bolsonaro foi alvo de um panelaço em mais de 300 cidades brasileiras, hoje teremos mais um Janelas Contra Bolsonaro. Além disso um pedido de impeachment foi protocolado pelos deputados federais do Juntos!, em conjunto com diversas lideranças de movimentos, artistas e intelectuais.

Com um verdadeiro ignorante a frente da presidência do país neste momento tão difícil, nos sentimos ainda mais inseguros com o futuro. Nossas aulas corretamente já foram suspensas, porém boa parte dos trabalhadores sabem que precisam parar para que o vírus não seja mais propagado, só que não encontram liberação das empresas e nem garantias concretas de manutenção dos salários sem desconto (para os de carteira-assinada) e com a oferta de Guedes de apenas R$200 para os trabalhadores informais. A situação dos terceirizados e da luta recente dos telemarketings são exemplos disso, precisamos denunciar e exercer solidariedade ativa.

O isolamento é medida imprescindível para impedir a crescente propagação do vírus, que pode ser letal para idosos, imunodeficuentes, e pessoas com doenças cardíacas e respiratórias. Além disso, devido à sua fácil (e muitas vezes, assintomática) transmissão, pode levar à superlotação dos hospitais, gerando uma crise aguda em nossa saúde pública. Os jovens mesmo não correndo grandes riscos de morte com o coronavírus, são os principais propagadores da doença para aqueles que estão no grupo de risco. Por isso é tão necessário que nos cuidemos e cuidemos uns dos outros!

Todos devemos fazer nossa parte para evitar a propagação do vírus, assim como precisamos exigir do governo um programa de emergência para combater esta crise:

• Pelo direito a quarentena! Todos os trabalhadores devem se afastar de suas funções com garantia de manutenção dos seus empregos e salários durante a pandemia. Nossas escolas e universidades devem liberar todos os trabalhadores terceirizados. O Estado tem responsabilidade de garantir condições aos mais vulneráveis, como os trabalhadores informais, pois é direito e dever para garantia da saúde do conjunto da sociedade
• Para dar conta da grande demanda de pessoas doentes, é necessário expandir os leitos, separar alas para o cuidado dos pacientes com coronavírus e garantir a testagem de forma mais ampla possível. No Brasil, temos uma vantagem sobre muitos outros países, que é a existência de um sistema público de saúde como o SUS. É necessário defender o SUS e os trabalhadores da saúde, exigindo mais investimento para a saúde, o que só pode ser feito com o fim do teto de gastos.
• O desenvolvimento de uma cura e de vacinas para o coronavírus, passa necessariamente pela defesa da pesquisa nacional e das universidades públicas, onde é feita a maior parte das pesquisas de ponta que podem construir saídas para essa crise. É preciso defender a ampliação de verbas de pesquisas públicas.
• Nas universidades particulares e nos cursos pagos, além da suspensão das atividades, devemos defender que não haja demissão de professores e funcionários nem corte salarial, e que, onde for oferecido cursos EAD no lugar do presencial, seja gratuito.
• Os mais pobres não podem pagar por essa crise! Pela construção de fundos de emergência para pessoas em quarentena; distribuição comunitária de álcool em gel e materiais de higiene pessoal e controle sobre os preços desses produtos; Pelo congelamento de todos os preços de supermercado e farmácia e pela suspensão do pagamento de água e luz para os trabalhadores em quarentena;
• Para garantir o financiamento das iniciativas necessárias ao combate do coronavírus, precisamos retirar daqueles que há décadas lucram em cima do sofrimento e do endividamento do povo. Devemos taxar as fortunas dos bilionários para investir na saúde e na educação;
• Valorizem os profissionais de saúde e o SUS:
  Os trabalhadores da saúde já enfrentam a sobrecarga e a falta de insumos (máscaras, luvas, produtor de limpeza…). O governo precisa garantir a segurança dos profissionais para que estes possam continuar cuidando dos que mais precisam. Isso também passa pela convocação imediata dos profissionais já aprovados nos concursos abertos, além da contratação de um contingente emergencial até que a pandemia acabe. Todos os profissionais de saúde dos grupos de risco, devem ser afastados, com a garantia da manutenção dos seus empregos e salários integrais. Para evitar a superlotação, os orgãos governamentais devem fazer mais campanhas oficiais sobre COVID-19, esclarecendo formas de contágio, medidas profiláticas, quem deve procurar os serviços públicos de saúde e quais serviços procurar em cada caso.

Ao lado deste programa emergencial, é urgente construirmos uma resposta política à crise que enfrentamos. A consequência de um projeto neoliberal que vem sendo implementado por todo o mundo, que engendra crises econômicas, políticas, sociais e ambientais, como observamos há mais de uma década, coloca que os poderosos se preocupam em salvar o lucro, ao invés de salvar vidas.

Por isso que a primeira tarefa para garantirmos nosso programa de emergência é derrotar Bolsonaro e seu governo. Os panelaços devem seguir fazendo ecoar os gritos do povo pelo Fora Bolsonaro, de Norte a Sul do país. Os movimentos políticos e sociais devem dar consequência à voz das “janelas” e organizar a queda do incompetente e irresponsável presidente.

Nosso papel como juventude é muito importante!

Além de evitarmos o contágio do vírus para pessoas de alto risco, também temos a responsabilidade de ajudar na atuação das redes sociais para divulgar notícias e iniciativas importantes no combate ao vírus e de auxílio ao nosso povo, construindo redes de solidariedade para sairmos juntos dessa crise.

O Juntos quer estimular e multiplicar esse tipo de ações pelo país. Já começamos com algumas iniciativas virtuais, como a adesão e convocatória das “Janelas contra Bolsonaro”, a elaboração de playlists e dicas culturais do que fazer durante o isolamento, o desenvolvimento de cursos para formação política e a divulgação de informações para que cheguem ao maior número de pessoas possível. Estaremos em nossas casas, mas seguimos em movimento! Estaremos isolados, mas não sozinhos!

#ForaBolsonaro

---