As fraudes não vão passar em branco!
COTAS

As fraudes não vão passar em branco!

Na USP, pela primeira vez, desde que a política de cotas foi implementada, em 2018, um aluno acusado de fraude teve sua matrícula invalidada.

Lucas Módolo 14 jul 2020, 12:43

Ontem, (13.07.2020), foi noticiado um marco histórico para a luta do combate às fraudes em cotas étnico-raciais na USP! Pela primeira vez, desde que a política foi implementada, em 2018, um aluno acusado de fraude nas cotas raciais e sociais teve sua matrícula invalidada, após um processo de averiguação coordenado por Comissão Processante do Instituto de Relações Internacionais da USP.

Após a finalização de legítimo processo administrativo que investigava a autodeclaração fraudulenta do estudante matriculado, o relatório da Comissão Processante foi submetido à Congregação o Instituto de Relações Internacionais, que foi unânime em concluir pela invalidação da matrícula.

Essa foi a primeira de muitas batalhas a serem vencidas no combate às fraudes na USP! É importante comemorarmos, primeiro porque representa um precedente administrativo muito relevante, mas principalmente porque mostra que o Movimento Negro na USP está atento e envolvido nessa pauta.

A frente de todo esse processo está o Comitê Antifraude, um organismo impulsionado por ativistas de toda a Universidade. Ele surgiu como uma resposta organizada às constatações de fraudes em diversos cursos da USP, logo no início de 2018, com a intenção de contribuir para que a política pública de reserva de vagas para estudantes PPI seja adequadamente executada, aprimorada e fortalecida.

Segundo informações fornecidas pelo próprio Comitê, já foram formalizados ao menos 15 protocolos de documentos com centenas de provas materiais a respeito da existência de fraudes em diversos cursos da USP. Até o momento, não houve qualquer devolutiva pela Pró-Reitoria da Universidade.

É sempre bom lembrar que o programa de cotas étnico-raciais é resultado direto de um processo histórico que levou o Brasil a reconhecer seus deveres de promoção de ações afirmativas, com vistas a reparar o histórico de marginalização que restringiu (e segue restringindo) determinados setores dos avanços institucionais do Estado.

A conquista no curso de Relações Internacionais, bem como às já encaminhadas em outras diretorias e comissões de graduação locais, devem servir de inspiração para que o combate às fraudes seja defendido por toda a comunidade uspiana.

As fraudes não vão passar em branco!


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