NOVOS DESAFIOS PARA A EDUCAÇÃO: 11 DE AGOSTO COMO UM PASSO ADIANTE NA NOSSA LUTA
A educação tem sido um dos setores mais mobilizados em enfrentamento às políticas do governo Bolsonaro. Com reivindicações de maioria social, teve como auge o tsunami da educação sob direção do movimento estudantil. Com isso acumulamos passos importantes e derrotamos o Future-se, os cortes de verbas, adiamos o Enem, aprovamos o Fundeb e fomos o […]
A educação tem sido um dos setores mais mobilizados em enfrentamento às políticas do governo Bolsonaro. Com reivindicações de maioria social, teve como auge o tsunami da educação sob direção do movimento estudantil. Com isso acumulamos passos importantes e derrotamos o Future-se, os cortes de verbas, adiamos o Enem, aprovamos o Fundeb e fomos o setor mais ativo que ajudou a derrubar o Weintraub. A pandemia trouxe à tona muitas contradições e precarizou ainda mais a vida dos mais pobres que hoje estão diante das dificuldades de seguir nas escolas, nos seus cursos numa universidade pública, ou acumulando dívidas nas universidades privadas. O movimento estudantil é importantíssimo para que a juventude não desista das escolas e universidades e não abandone seus sonhos de transformar suas vidas através da educação, por isso nossa palavra de ordem principal tem sido: Nenhum estudante fica pra trás.
Por conta disso, é fundamental para o movimento estudantil não apenas mobilizar pelas pautas específicas da educação, mas também compreender a ligação que essa luta está tendo com as principais preocupações do povo brasileiro em meio à crise que a pandemia causou. Especialmente entre a juventude, que já vinha enfrentando desemprego e falta de perspectiva antes de 2020, agora vêem uma situação dramática consigo e suas famílias. Muitos estão tendo, durante essa período, que ser obrigados a escolher a evasão da sua universidade ou ensino médio para se inserir no mercado de trabalho, frequentemente em empregos informais e precários como o serviço é entregas por aplicativo. A luta contra o desmonte da educação e pela garantia da permanência dos estudantes caminha, portanto, lado a lado com as resistências que borbulham em resposta a esse cenário econômico de depredação do trabalho, como os breques dos apps construídos pelos entregadores em luta.
Nesse cenário de tantas perdas aos estudantes mais pobres, é cada vez mais necessário que nossa luta por Assistência Estudantil ganhe centralidade e não seja apenas uma palavra de ordem vazia. Fruto da nossa luta em cada universidade, algumas reitorias lançaram editais e novas bolsas para a garantia do ensino remoto. Sabemos porém, que a atuação e o orçamento das universidades são limitados. Por isso precisamos transformar nossa batalha em uma política de exigências ao governo federal. Pela renovação das verbas do Plano Nacional de Assistência Estudantil e pela criação de um Auxílio Emergencial Estudantil, para estudantes trabalhadores que perderam emprego e renda, ou que seus familiares tiveram perdas com a pandemia, dando as garantias de permanência àqueles que com o aprofundamento da crise, acabam tendo que optar em abandonar o sonho da Universidade Pública. Assim como a garantia da redução das mensalidades nas universidades privadas sem demissão de funcionários, que prontamente adotaram aulas à distância, em muitos casos substituindo professores por “robôs”.
Para isso, é necessário que o movimento estudantil siga o protagonismo que teve em diversos combates contra o Governo Bolsonaro e demonstre que temos capacidade de, nesse momento tão duro, protagonizar uma luta por políticas nacionais contra a evasão em massa dos estudantes e as nefastas consequências que isso pode trazer para diversas família e para o futuro do país. Nosso desafio é concretizar que a demanda de um plano nacional contra evasão, com o Auxílio Emergencial Estudantil, a diminuição de mensalidades e o cancelamento da dívida do FIES sejam materializados num grande dia 11 de agosto, o dia do estudante, como um dia que dê o pontapé num semestre que, com muitos desafios para os estudantes, seguirá sendo de resistência. Por isso, nós do Juntos estaremos preparando atos simbólicos e mobilizações de redes por todo país nesse 11A para que nenhum estudante fique para trás e convida todos estudantes a participarem em nossas mobilizações em defesa da permanência e contra a evasão!