Moradia em crise: estudantes em luta! Mônica Seixas apoia reivindicações dos estudantes da UNICAMP
Co-Deputada Estadual cobra respostas da reitoria de Knobel e de gestão de Dória pela atual situação de sucateamento da Moradia Estudantil da Unicamp
Nas últimas semanas vimos as chuvas de verão escrachar as condições precárias em que se encontra a Moradia Estudantil da UNICAMP. No entanto, essa crise não é novidade para a reitoria. Desde a sua construção em 1990 – fruto da ocupação histórica do prédio do CB (ciclo básico) pelo movimento estudantil nos anos 1980 – há inúmeras reclamações dos moradores sobre a estrutura precária do espaço e de sua incapacidade de alocar a todos os estudantes da universidade que precisam do programa de permanência. Em 2016, entre as pautas da greve que levou à conquista das cotas raciais na UNICAMP, já se destacava a necessidade de se ampliar as vagas construindo-se novas casas para os estudantes.
Atualmente, inúmeras casas têm goteiras que se estendem pelos cômodos; por todos os blocos os alagamentos são cada vez mais rotineiros; rachaduras e infiltrações afetam paredes inteiras e constantemente falta energia elétrica para os moradores. Em alguns casos graves já aconteceu de tetos e passarelas desabarem e há alguns anos quase metade de um bloco foi interditado por riscos estruturais, condenando um número considerável de vagas. Recentemente, um blackout atingiu por dias dois blocos completos deixando dezenas de estudantes e suas famílias, incluindo uma grávida, sem condições básicas como banho quente e conservação dos alimentos. A realidade atual das casas demonstra a necessidade urgente de uma reforma em toda a moradia; para além de reparos superficiais que não resolverão os problemas estruturais.
Com a pandemia do coronavírus somada às ações do PSDB em São Paulo e de Bolsonaro por todo o país, se intensificou os ataques às universidades públicas e tudo que elas representam no Brasil. Inclusive, a situação só não está pior por conta do papel que as e os cientistas e profissionais de saúde cumpriram na linha de frente de combate ao vírus. Como efeito da pandemia na Unicamp, houve uma grande redução na equipe de servidores à disposição da moradia, levando ao acúmulo de solicitações de pequenos reparos pelos estudantes que não puderam retornar às suas casas e tiveram que permanecer no alojamento estudantil.
A gravidade da situação indignou as e os estudantes dependentes do PME – Programa de Moradia Estudantil – que se auto-organizaram para denunciar publicamente o descaso da reitoria perante a situação de precarização das casas. Um abaixo-assinado formulado pelos moradores virou matéria nas mídias com fotos de cartazes e faixas pregados nos arredores do campus e da moradia chamando a atenção da comunidade acadêmica e da comunidade externa.
A repercussão foi tanta que a denúncia chegou na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. A co-deputada estadual da Mandata Ativista pelo PSOL e parceira do Juntos!, Mônica Seixas, acolheu as denúncias e se solidarizou com a causa oficiando a Reitoria e o Governo do Estado de São Paulo. Mônica exige, junto a luta dos estudantes, a necessidade de reforma urgente da moradia estudantil. Num contexto de pandemia, em que nossas casas se tornaram o local mais seguro para estar, é fundamental a defesa de moradia digna a todes os estudantes mais pobres, negros e negras e indígenas.