Não abandonamos a luta pela vida: mobilizar para barrar os cortes!
A UNE dirige uma campanha chamada “Volta às aulas pelo direito de estudar”
Em meio uma realidade de mais de 230 mil mortos pela COVID-19 no Brasil, a UNE dirige uma campanha chamada “Volta às aulas pelo direito de estudar”, palavra de ordem que abre margem para a interpretação de que as aulas presenciais tem que acontecer sim ou sim e ignora o cenário alarmante que vivemos há quase 1 ano.
Todos queremos o retorno presencial das aulas e defender a vacina é prioridade para conseguir ter esperança nisso. Fato que é ignorado diariamente por Bolsonaro quando impõe empecilhos para a compra de materiais para a produção da vacina e elege as universidades, centros de pesquisa no país, como suas maiores inimigas. Isso faz com que o Brasil não tenha um planejamento eficaz contra o vírus e seja espaço propício para a criação de novas cepas e colapsos. Assim, não há condições de fazer pressão de volta às aulas agora, sem antes a garantia da vacinação e essa deve ser a hierarquia de luta.
Hoje o movimento estudantil tem uma ameaça que bate na porta, o corte de mais de 1,4 bilhão de verba para educação por meio do Projeto de Lei Orçamentária Anual. Atinge diretamente a produção da ciência e da pesquisa, assim como o PNAES, que garante a permanência de milhares de estudantes que são os primeiros das suas famílias a ingressarem no ensino superior, fruto da luta do movimento estudantil em defender a universidade com a cara dos filhos da classe trabalhadora.
Apesar da justificativa da campanha “Volta às aulas pelo direito de estudar” ser voltada para as instituições públicas e particulares que ainda não retornaram as aulas de maneira remota, pelo que percebemos ela foi inaugurada na UFPA – uma das universidades mais interiorizadas do país e a maior em número de estudantes, que em sua maioria são os alvos certeiros dos cortes previstos pra 2021 – que já está em ensino remoto desde setembro de 2020 e é localizada em um Estado que tem municípios enfrentando o lockdown e o descaso de não ter leitos e cilindros de oxigênio suficientes.
Por isso, nossa urgência é lutar contra os cortes na educação e seus estragos consequentes. Nós do Juntos! estamos construindo nos dias 19 e 20 de fevereiro o Seminário Nacional do Movimento Estudantil, como um espaço de debate e armação para os nossos próximos desafios, marcando o dia 25 de fevereiro como dia nacional de luta contra os cortes na educação e em defesa da vacina. Convidamos todas e todos que veem na luta da educação uma das principais trincheiras contra Bolsonaro e seu pacote de destruição.