Todo apoio a greve de rodoviários de Uberlândia!
Nenhum passo atrás na garantia do direito a condições dignas de trabalho!
A situação social no Brasil ganhou contornos alarmantes nas últimas semanas, os níveis de taxa de contágio da Covid-19 entre a população e o colapso da rede de saúde em diversos estados, demonstraram o pior sintoma na manutenção da política negacionista de Bolsonaro e seu governo. A cada dia o Brasil vem quebrando recordes negativos de mortes pelo vírus e com a falta de uma política que garanta o isolamento social a uma ampla parcela da sociedade, faz com que os números só aumentem e novas variantes mais mortais possam se proliferar de forma rápida pelo país. Bolsonaro aposta em uma política genocida, se agarrando à não manutenção do auxílio emergencial e sem garantir um plano de vacinação em massa, além de não dar crédito às pequenas e micro empresas para que possam sobreviver com a necessária determinação de lockdown pelo país.
Seguindo a lógica de Bolsonaro de negar a necessidade de políticas mais duras contra a pandemia, o Prefeito de Uberlândia, Odelmo Leão (PP), que teve seus anos de parceria com o atual presidente na bancada da Câmara Federal, se recusa a decretar lockdown mesmo com a taxa de ocupação dos leitos de UTI na cidade atingindo 100% de vagas ocupadas a quase uma semana, e com uma lista de espera que ultrapassa 100 pessoas. A cidade se tornou um dos epicentros de calamidade pública nas últimas semanas, com uma taxa média de 400 casos diários confirmados, e recordes de que ultrapassam 20 mortes diárias. Isto tudo ocorreu pelo prefeito se render à pressão do setor comercial da cidade e seus representantes, que eram contrários às restrições necessárias para diminuição da propagação da Covid-19.
Com a falta de políticas claras e rígidas no combate à pandemia e que garantisse o direito ao isolamento da população, os trabalhadores da cidade foram obrigados a sair de casa, tendo como única alternativa se deslocar ao trabalho, e aqueles que não o tivessem a buscar. Assim como a maioria da população trabalhadora brasileira, em Uberlândia, grande parcela da população tem como única alternativa para locomoção na cidade o transporte coletivo. E nessa situação da pandemia por um não controle efetivo sobre as aglomerações e deslocamentos na cidade, pela necessidade da população de buscar a sua subsistência, e pela falta de ampliação no fornecimento de linhas no transporte coletivo, que buscassem diminuir o número de ocupantes, os ônibus se transformaram em um ambiente de alta contaminação e exposição, tanto para a população, quanto para os trabalhadores rodoviários.
Sobrecarregados desde de 2017 quando com uma medida sem justificativa clara, a não ser pela necessidade de aumentar seu lucro, as empresas colocaram uma dupla função sobre os motoristas dos ônibus ao realizar a demissão dos cobradores e passar essa responsabilidade aos motoristas que agora desempenham dois papéis os sobrecarregando em sua função. Aliado a isso e outras reivindicações já existentes como maior segurança na jornada de trabalho, melhoria nos ônibus que se encontram sucateados e remuneração justa, os trabalhadores do transporte coletivos de Uberlândia optaram pela paralisação de suas atividades no último dia cinco de março, quando sem aviso prévio e acordo com o sindicato da categoria as empresas decidiram parcelar o salário de seus funcionários em três vezes, salário esse que já vinha sofrendo cortes desde o início da pandemia.
Mesmo com a injeção de 25 milhões de reais por parte da prefeitura de Uberlândia para suprir o déficit causado pela pandemia nas empresas de transporte coletivo e os aumentos constantes nos preços das passagens, os trabalhadores dessa categoria precisam se reinventar para conseguir manter o sustento de suas famílias e desde que foi decretada a greve por parte da categoria a mesma vêm sofrendo represálias e demissões que foram realizadas por whatsapp por parte de seus empregadores, com o único intuito de reprimir manifestações e evitar a paralisação dos serviços por parte dos colaboradores das empresas.
O estado de greve por parte dos trabalhadores rodoviários do município se faz extremamente necessário neste momento, mesmo com todos os percalços que ela causa é preciso que seus empregadores garantam um salário justo e melhores condições de trabalho a todos os funcionários nesse momento em que a pandemia do novo Coronavírus atinge seu nível mais crítico em Uberlândia, e que já retirou a vida de 20 rodoviários, colocando de vez em evidência a falta de investimentos em políticas públicas que combatam a proliferação do vírus na cidade, os trabalhadores do transporte coletivos precisam ter suas demandas atendidas, para que os ônibus não estejam sempre lotados colocando suas vidas e dos que utilizam o transporte público em risco
Por tudo isso, nós do movimento Juntos! nos solidarizamos e apoiamos a greve dessa categoria e colocamos nossa energia em apoio ativo para a garantia da manutenção e vitória dos rodoviários em Uberlândia. Nenhum passo atrás na garantia do direito a condições dignas de trabalho!