Em defesa das Universidades Públicas e da Amazônia – Não aos cortes na UFPA e UNIFESSPA
Fortalecer as manifestações em defesa da universidade a exemplo do que foi o ato dos estudantes da UFRJ ontem (14/05).
A aprovação da Lei Orçamentária Anual é um corte nos investimentos na educação em mais de R$1bi e significa a expressão do negacionismo bolsonarista que afeta diretamente a vida da população quando delibera a falta de investimentos nas universidades públicas. Essa medida resultará na falta de verbas para o pagamento de contas básicas, o funcionamento de laboratórios, o tripé ensino-pesquisa-extensão e a assistência estudantil, o que acarreta na mudança de perfil da universidade, com menos estudantes filhos da classe trabalhadora.
A UFRJ foi a primeira a manifestar que dispõe de recurso financeiro para seu funcionamento até o final do semestre, depois disso terá de fechar as portas, assim também se manifestou a UNIFESSPA. A UFPA teve seu posicionamento publicizado por meio de uma matéria nos jornais divulgando que o corte de mais de R$30,6 milhões afetará diretamente sua dinâmica e trará prejuízos na permanência estudantil.
O projeto de destruição da Amazônia vai para além do Pará liderar o ranking de desmatamento no país, mas o corte de investimento na pesquisa dessa região também revela o caráter unicamente exploratório ilimitado do governo federal.
A UFPA e UNIFESSPA são espaços de referências de pesquisa e defesa do território da Amazônia e de inserção dos povos tradicionais no corpo discente. O corte na educação significa a retirada do direito a educação de povos tradicionais, pois meio ao norte do país, uma região de baixos investimentos e muita guerra territorial, a UNIFESSPA e a UFPA atendem a milhares de estudantes em mais de 90 municípios do Pará. Deixar de enviar investimentos é negar o direito à educação em uma área historicamente marginalizada pelo poder público.
No mundo, o investimento na ciência mostrou-se indispensável e em países que o negacionismo imperou, como no Brasil, por exemplo, os dados revelam que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) teve, em 2020, o menor orçamento em uma década. É fundamental o protagonismo das universidades públicas diante da pandemia do COVID-19 na produção de pesquisas para combater a proliferação do vírus, a produção de álcool em gel e a distribuição de máscaras para trabalhadores da saúde são algumas das ações principais que também tiveram estudantes como linha de frente da sua atuação. Só na UFPA milhares de pessoas dependem do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza e do Hospital Universitário João de Barros Barreto. Cortar verba das Universidades é acelerar as mortes que destacam o Brasil como palco de genocídio, retrocesso e obscurantismo.
Nosso posicionamento é de fortalecer as manifestações em defesa da universidade a exemplo do que foi o ato dos estudantes da UFRJ ontem (14/05). Propomos ao movimento estudantil a criação de comitês em defesa da universidade para a construção de assembleias e manifestações. É urgente organizar e construir luta com a indignação estudantil diante dos ataques do governo Bolsonaro.