Os cortes no orçamento das universidades estão em curso, sua inviabilização será inevitável se nada mudar. Partiu da UFRJ o primeiro alerta que se espalhou por todo o país, inclusive com cobertura ampla da mídia.

No dia 14 de maio, o movimento estudantil do Rio de Janeiro deu uma primeira resposta levando 4 mil pessoas às ruas, em uma semana que já havia levado milhares às ruas em todo o país contra o genocídio da população negra e contra o massacre do Jacarezinho.

Estes atos são movidos por um sentimento de revolta cada vez maior contra o governo Bolsonaro que chama de idiotas as pessoas que respeitam a necessidade de distanciamento social, e faz piadas machistas e LGBTfóbicas, ironizando a morte de milhares de brasileiros. A CPI da pandemia vêm desmascarando os covardes e mentirosos comparsas de Bolsonaro, agentes do genocídio. Agora é hora de intensificar a luta contra este governo nas ruas, contra os cortes nas universidades e pelo Impeachment Já!

Nunca é demais afirmar que a pandemia encontrou no Brasil um governo criminoso, negacionista, anti-ciência, racista, machista, anti-povo, corrupto e elitista, o que nos levou a ser um dos epicentros do mundo e um dos locais onde menos se vacinou. São milhões de amigos, familiares e conhecidos que perderam e estão perdendo pessoas queridas, para uma doença que poderia ter sido mitigada se o governo tivesse outra postura.

Neste cenário, as instituições de ensino superior e técnico estão cumprindo papel fundamental com pesquisas em diversas áreas, as quais incluem o mapeamento do genoma do vírus, testagem, pesquisas epidemiológicas a exemplo da Epicovid, liderada pela UFPEL, uma referencia mundial, entre muitas outras. Os hospitais universitários estão na linha de frente do enfrentamento, a exemplo do Hospital Universitário da UFPEL.

Mesmo assim, o governo aplica mais um contingenciamento no orçamento das Universidades e Institutos Federais fazendo com que muitas já declarem que, se nada mudar, podem fechar as portas em setembro! Seria inacreditável neste cenário de pandemia e com o papel valoroso das instituições de ensino, estas fecharem as portas, em virtude de um governo genocida.

A UFPEL, em nota no dia 27 de abril de 2021, denuncia está situação. Até aquela data, a UFPEL tinha recebido aproximadamente o valor de custeio referente a apenas um mês de suas despesas, mesmo estando no final do quarto mês do ano.

A Lei Orçamentária sancionada para 2021 traz um corte que representa para a UFPEL receber recursos de custeio 24,41% menor daqueles recebidos em 2019. Os recursos de custeio são utilizados para despesas fixas com energia elétrica, contratos de limpeza, portaria e manutenção, aquisição de insumos para aulas, pagamento das assinaturas das bibliotecas eletrônicas (muito importantes especialmente agora), entre outras.

Mesmo com a não realização de atividades presenciais neste primeiro semestre, que pode acarretar em uma diminuição de despesas, a nota alerta que um eventual retorno no segundo semestre pode trazer novos custos considerando as medidas necessárias para viabilizar a segurança sanitária da comunidade.

Além disso, a nota estima um déficit no final de 2021 entre R$ 10,5 e R$21 milhões, e que a Universidade não poderá cobrir todas as suas despesas de custeio a partir do mês de outubro.

Não podemos aceitar esta situação! O movimento estudantil esteve sempre alerta durante o governo Bolsonaro o qual, desde o início, elegeu a educação como sua inimiga número 1, com ataques ideológicos, em busca de deslegitimar o trabalho de professores e criminalizar estudantes e nossas entidades, além de tentativas de mudanças absurdas em livros didáticos no intuito de impor sua ideologia conservadora, autoritária e reescrever a história enaltecendo torturadores do regime da ditadura militar.

Devemos fazer um novo Tsunami da Educação como o de 2019, que através da força das ruas derrotou o então ministro Abraham Weintraub, um fanático Bolsonarista, criminoso que, após impor cortes no orçamento, tentou emplacar o projeto Future-se, o qual privatizaria as universidades e IFs, com administração de organizações de controle social e métodos de financiamento privado, como aluguel de terrenos e prédios, que, diga-se de passagem, possibilitaria acesso a recursos muito aquém dos necessários, procurando eximir o Estado da garantia de financiamento à educação.

O Juntos Pelotas está impulsionando um comitê em defesa da UFPEL, para organizar aqui em Pelotas a manifestação do dia 29 de maio, mas também queremos organizar o movimento estudantil para as lutas, dialogar com a população e fortalecer uma nova gestão para nosso Diretório Central dos Estudantes que está paralisado.

Se a população precisa ir às ruas em meio à pandemia, é porque o governo é mais perigoso do que o vírus!

Dia 29/05, em todo o país, às ruas! Participe, fala com a gente!

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