Todos nós queimamos Borba Gato!
Borba Gato foi um líder bandeirante que caçava indígenas para escravizar e lucrar com o trabalho desse povo entre 1674-81. Não foi herói e nem nunca vai ser e por isso não merece homenagens em nenhum local nesse país.
Precisamos falar sobre a adoração por estátuas de torturadores e escravistas no Brasil e no mundo.
Em 2020, ano marcado pela luta antirracista nos Estados Unidos e em todo o mundo após o brutal assassinato do George Floyd por um policial branco em Minneapolis.
Naquele momento, manifestantes dos atos antirracistas nos ensinaram que lugar de estátuas que homenageiam escravagistas é no lixo e não enfeitando a cidade.
As manifestações aqui no Brasil contra o governo genocida de Jair Bolsonaro estão cada vez mais fortes e precisamos potencializar as lutas do povo nas ruas ainda mais.
Já somos milhões nas ruas desde a primeira manifestação. O povo pede socorro, já são mais de 550 MIL VIDAS perdidas para o vírus que o presidente escolheu como seu aliado.
No último sábado (24), novamente manifestantes foram às ruas em todo o Brasil gritar fora Bolsonaro. Mas o que o sistema opressor, que vangloria torturadores e escravagistas, não esperava era que manifestantes na cidade de São Paulo, uma das principais capitais do Brasil, colocariam fogo na estátua que homenageia Borba Gato.
O Brasil viu queimar a estátua de mais de 12 metros de altura, em um local de forte fluxo de pessoas.
Borba Gato foi um líder bandeirante que caçava indígenas para escravizar e lucrar com o trabalho desse povo entre 1674-81. Não foi herói e nem nunca vai ser e por isso não merece homenagens em nenhum local nesse país.
Assim como o atual presidente da república, Borba gato não passou de um genocida que massacrou o povo indígena.
O problema é que homenagear escravistas nas ruas é algo muito importante no país que segue massacrando o povo indígena e nós não podemos permitir isso. Queimar a estátua de Borba Gato foi um ato revolucionário.
Assim como nos Estados Unidos, os manifestantes fizeram história derrubando estátuas de escravagistas, mostrando que esses que escravizaram negros e indígenas não nos representam e o lugar deles é no lixo ou em chamas como aconteceu em São Paulo no dia 24 de julho.
Vivemos no país que se comove mais com a queima de uma estátua do que com a vida de milhares que morrem por dia. Vivemos no país que se comove mais com a queimada de uma estátua do que com operação policial em Paraisópolis que tirou a vida de 9 jovens periféricos. A Amazônia está em chamas há tempos e não vimos tamanha comoção com as queimadas.
Agora, após Borga Gato ficar em chamas, o prefeito se pronunciou para dizer que “a reforma no momento será custeada por um empresário”. Essa é a importância dada para aqueles que escravizaram.
Lutar não pode ser considerado vandalismo! E claro que a perseguição contra aqueles que manifestaram sua indignação já está sendo colocada em prática. No dia 26 de julho, foi decretada a prisão do entregador antifascita Galo e sua companheira Gessica.
Nós que lutamos pela democracia neste país, temos a tarefa de mobilizar para que Galo e Gessica sejam libertados. É inaceitável que um criminoso como Borba Gato tenha uma estátua em uma das maiores capitais desse país e aqueles que lutam por uma mundo mais justo sejam detidos pelo estado.
Lutar não é crime. vandalismo é escravizar alguém!
Atualização: Gessica recebeu liberdade provisória e Galo de Luta segue preso.