Em defesa da Permanência dos Trabalhadores Ambulantes na UFMG e contra a Deslegitimação do Centro Acadêmico de Psicologia – bem como a perseguição administrativa aos seus membros
Somos contrários a qualquer medida que vise impedir que os e as ambulantes continuem exercendo suas atividades nos campi da universidade, bem como estamos em defesa do Centro Acadêmico de Psicologia que não deve ser deslegitimado, assim como somos contra qualquer tipo de sanção aos membros da gestão.
A reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a partir da portaria n° 21, de 22 de julho de 2019, pretende dar continuidade à tentativa de retirada dos trabalhadores ambulantes que exercem seu trabalho de sustento na UFMG. A universidade quer autorizar vendas apenas àquelas e àqueles que conquistaram espaço via licitação – o que fortalece o monopólio das cantinas na universidade.
Esse ataque teve início formalmente em 2019 e continua agora com o retorno presencial, apesar das resistências dos trabalhadores e do movimento estudantil. Estamos falando da proibição das atividades informais realizadas por pessoas que estão há anos e até décadas exercendo uma função essencial para o cotidiano da comunidade universitária e que nunca antes se fizeram tão necessárias: seja pela crise generalizada do aumento dos custos de vida e o desemprego, seja pela escassez de cantinas na universidade fechadas durante a pandemia – que é acompanhada também pela sobrecarga do restaurante universitário vivenciada cotidianamente.
Entende-se como ambulantes todos aqueles e aquelas que vendem alimentos, e produtos no geral, estudantes que precisam desse sustento para a permanência na universidade, ou trabalhadores que precisam desse sustento para a subsistência. Tem se tornado cada vez mais comum a repressão das vendas dos estudantes, inclusive com a apreensão dos seus produtos por guardas do campus, internamente aos prédios da universidade.
Como se já não fosse absurdo o suficiente, os membros da gestão do Centro Acadêmico de Psicologia (CAPsi) correm o risco de processo administrativo pela Diretoria da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH), deixando de ter sua gestão reconhecida por apoiarem as vendas dos famosos ‘’Pães da Alegria’’, que ocorre há mais de 24 anos no prédio – sendo parte da história de uma das faculdades mais dinâmicas em mobilização de toda a universidade.
Essa grave ofensiva da diretoria do prédio acarretaria na perda da representação estudantil nas instâncias deliberativas da FAFICH, bem como a possibilidade do fechamento do seu espaço físico (salinha do CA). Além disso, a ofensiva também coloca sob risco de sanções legais os vendedores ambulantes do “Pão de Alegria” que fazem parte da história do CAPsi e da faculdade.
A justificativa – a essa altura – é a ‘’ilegalidade de atividades com fins lucrativos em espaço público’’. Esse também é um ataque a todos os estudantes em uma tentativa de intimidação do Movimento Estudantil da UFMG que entendem a importância dessa renda para a subsistência das famílias, que entendem o papel das vendas para a permanência estudantil e para a popularização da universidade, cuja realidade conta hoje ainda com uma demora generalizada de avaliação do Questionário Socioeconômico da FUMP para acesso às políticas de Assistência Estudantil.
Uma universidade que foi criada para servir à elite branca mineira não pode titubear no seu processo de popularização. A UFMG não pode se prender dentro de seus muros.
Somos contrários a qualquer medida que vise impedir que os e as ambulantes continuem exercendo suas atividades nos campi da universidade, bem como estamos em defesa do Centro Acadêmico de Psicologia que não deve ser deslegitimado, assim como somos contra qualquer tipo de sanção aos membros da gestão.
Nesse sentido, convocamos todes estudantes para uma manifestação em frente a sala em que ocorrerá a reunião da Congregação da FAFICH, no dia 16 de maio, que definirá as ”penalidades” que o CAPsi e seus membros sofrerão por apoiar a economia solidária na universidade e por defender uma universidade popular.
Junto à mobilização, defendemos que o debate sobre a resolução do uso do espaço das entidades deve ser retomado no Conselho Universitário (maior órgão deliberativo da universidade) acompanhado da proposta de campanhas financeiras permanentes para a manutenção das entidades de base, garantindo também o cumprimento das exigências legais da regularização das mesmas.
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