O transporte público do Distrito Federal é precário desde sua concepção, em meados da década de 60. É de conhecimento geral que a precariedade dos ônibus e a não expansão do sistema de metrô, segue uma lógica predatória do capital, a fim de extrair mais lucro da classe trabalhadora com o aumento da sua jornada de trabalho.

Diante dos problemas cotidianos que assolam os estudantes, os transportes se destacam como um dos principais. A necessidade da ocupação de todos os cantos da cidade e da integração dos estudantes à universidade é visível, mas não é essa a realidade. Frente a esse absurdo, nós do Coletivo Juntos! estamos incorporando ao nosso abaixo-assinado pela tarifa zero algumas das reivindicações estudantis para enfrentar a lógica segregacionista e elitista que sustenta a atual política de transportes coletivos, buscando mobilizar o conjunto dos estudantes e da sociedade para conquistá-las progressivamente:

Já podemos e deveríamos ter Tarifa Zero para o DF e Entorno

Os estudantes fazem parte do setor mais afetado da sociedade brasileira pela atual crise econômica que estamos passando. Os preços dos alimentos cada vez mais caros, os aluguéis aumentando, o aumento da passagem de ônibus do Entorno… Enquanto isso, o salário mínimo permanece insuficiente para arcar com todos esses gastos. Fica mais e mais difícil para os estudantes se alimentarem, se locomoverem e, quem dirá, ter tempo e materiais para estudar. O transporte público de qualidade é um direito, não deve ser mercadoria!

Recentemente na Câmara Legislativa do DF (CLDF) foi aprovado um repasse bilionário de R$1,1 bilhão para as empresas privadas que prestam – e muito precariamente! – o serviço de transporte público do DF e do Entorno. Acrescentou-se ainda a esse repasse, mais R$23 milhões, totalizando R$1,4 bilhão, arredondando. Enquanto esse dinheiro público cai na conta dos mega empresários da máfia dos transportes, o mandato do deputado distrital Fábio Felix (PSOL) calculou que com R$1,6 bilhão em investimento público, o Governo do DF poderia promover a Tarifa Zero para todos os cidadãos do DF. Fica evidente, portanto, a escolha política do Governador Ibaneis Rocha em priorizar o lucro dos empresários ao invés da qualidade e do acesso aos serviços de transporte público.

Reivindicamos, ainda, que essa Tarifa Zero possa abarcar aqueles e aquelas trabalhadores e estudantes que moram no Entorno e, geralmente, acessam o DF diariamente para estudar e/ou trabalhar. É preciso parar de repassar dinheiro público para grandes empresas e começar a pensar nas políticas públicas: a Tarifa Zero para o DF e Entorno é possível!

Passe livre pra geral: tarifa zero já!

Passe Livre para o Entorno

É bem explícita a configuração da movimentação da população no Distrito Federal: a maioria mora nas periferias e trabalha e/ou estuda no centro, tendo que se deslocar nessa rota diariamente. Essa lógica tem se intensificado ao longo dos anos e cada vez mais pessoas têm buscado moradia no entorno a fim de ter um custo de vida mais barato, mesmo que continuem trabalhando e estudando no Plano Piloto e seus arredores. Entretanto, essa camada da população que acessa o DF diariamente tem o seu direito ao passe livre constantemente negado pelo Governo. Ainda, uma parte considerável dessa camada da população precisa pegar ônibus e metrô no mesmo dia, fazendo-se necessária a integração nos Passes Estudantis em geral, incluindo os estudantes do Entorno! É inaceitável que ainda em 2022 a população do Entorno não conte com o passe livre, por isso gritamos:

Passe livre para o Entorno já!

Aumento das frotas do 110, 110.2 e das linhas diretas das RAs.

Quem pega ônibus diariamente para ir a UnB, sabe o que são as filas gigantescas e a sufocante lotação. Por mais que não seja um problema específico do público da UnB, a realidade é que é sim possível solucioná-los com financiamento público ao invés de repasses bilionários para empresas privadas que mal executam os serviços a que se prestam.

As linhas que saem das RAs são pouquíssimas se comparadas a linhas com um volume de pessoas semelhante ou até inferior. Essa falta de linhas diretas das periferias do DF faz com que a atual frota do 110 e 110.2 não seja suficiente, como vemos e vivemos todos os dias nas filas e lotações insuportáveis. Por isso, é necessário também um aumento real da frota das linhas diretas das RAs.

Além disso, quem fica na UnB até a noite e sofre para voltar para casa sabe o quão difícil se torna a permanência na universidade ao longo dos anos. Os estudantes do noturno costumam trabalhar durante o dia e estudar à noite e a maior dificuldade da mobilidade pública nesse horário, além da falta de segurança, faz com que esses estudantes recorram muito a alternativas privadas como vans, fazendo-os gastar mais por um direito que deveria ser assegurado. Assim, o aumento das frotas do 110, 110.2 e das linhas diretas garante a permanência e a segurança desses estudantes também.

Retorno do intercampi

Os intercampi eram ônibus que circulavam entre os diferentes campi da UnB numa rota mais direta, com menos voltas. Era algo indispensável para quem quisesse chegar nos outros campi da universidade, que ficam muitas vezes perto de suas casas. Contudo, foi imposto que essas linhas de ônibus acabassem com a justificativa de configurar transporte pirata, algo que não faz sentido, tendo em vista a distância entre os campi da UnB e a persistência da necessidade de circulação de pessoas entre eles. Essa medida prejudica, principalmente, a população periférica que sofre com o transporte público todos os dias e via o intercampi como uma oportunidade de se locomover pelo DF com mais facilidade, usando seu direito de mobilidade. Por isso, reivindicamos imediatamente o retorno dos intercampi!!

Pela Tarifa Zero para o DF e Entorno!
Passe livre para o Entorno já!
Pelo aumento das frotas do 110 e 110.2 e das linhas diretas!
Pelo imediato retorno dos intercampi!

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