Uma vitória democrática se consolida na UFSM!
Uma vitória da oposição nas recentes eleições do DCE representou um marco contra a burocracia na universidade
As eleições do DCE da Universidade Federal de Santa Maria refletiram um anseio dos estudantes frente a burocracia da Juventude da Articulação de Esquerda (corrente minoritária no PT), que hegemonizou a gestão da entidade por 20 anos: a chapa da oposição de esquerda “Pra Virar o Jogo!” construída por nós do Movimento Juntos! e o Coletivo Alicerce foi eleita com 1.264 votos!
O resultado das eleições para o Diretório Central das e dos Estudantes abre um novo período nas intensas lutas do movimento estudantil: Chapa 1 (JAE): 722 votos, Chapa 2 (Juntos! e Alicerce): 1.264, Chapa 3 (Correnteza): 231 e Chapa 4 (Afronte, UJS, Levante Popular da Juventude e Kizomba): 392. Há duas décadas a entidade é hegemonizada pelo petismo, com fortes relações com a reitoria e atuando como freio na organização dos estudantes. A disputa nestas eleições foi polarizada entre a gestão (JAE) e nossa chapa, que havia saído fortalecida pela vitória no CONUNE e que foi capaz de canalizar a indignação dos estudantes na construção de um programa à altura dos anseios da nossa geração.
A vitória democrática contra Bolsonaro abriu um novo período no interior das lutas dos estudantes e trabalhadores. Se por um lado é necessário defender o governo dos ataques da extrema direita, por outro o movimento não pode estar preso às amarras de um governo que tem Alckmin na vice-presidência. O enfrentamento à burocracia e o imobilismo no movimento estudantil é uma parte necessária da independência política que defendemos diante de um governo de conciliação de classes.
Um DCE de luta surge para enfrentar o Arcabouço Fiscal e manter a luta pela Revogação do Novo Ensino Médio, uma das maiores contradições de um governo que diz ter como prioridade a educação, denunciar a política privatista do governo de Eduardo Leite no Rio Grande do Sul e ser a vanguarda no combate às políticas anti-povo de Jorge Pozzobom (PSDB) em Santa Maria.
Evidentemente, os desafios que estão postos no interior da UFSM, para além dos que estão colocados neste novo período nacional, se dão por uma nova direção política capaz de levar até às últimas consequências as lutas pela permanência estudantil, pela independência de reitorias e governos, contra os agendamentos obrigatórios nos restaurantes universitários, das lutas antirracistas, das mulheres, LGBTQIAPN+ e a necessidade de o DCE voltar a ser uma entidade respaldada na base do movimento estudantil.
Isso só foi possível com a construção militante do Movimento Juntos! atuando no cotidiano da universidade, nas entidades de base, na direção da ocupação da reitoria contra o retorno do Vestibular e do Processo Seletivo Seriado (PSS) e na consolidação de nosso movimento como direção de um campo de oposição capaz de apresentar aos estudantes, de todos os cantos da UFSM, um programa independente e combativo para o próximo período.