Carta do acampamento do Juntos! Região Sul 2024
Arquivo Juntos!

Carta do acampamento do Juntos! Região Sul 2024

O acampamento contou com a presença de dezenas de jovens de diversas cidades, escolas e universidades do Paraná e Rio Grande do Sul, e debateu com centralidade as lutas da juventude marxista.

Juntos! Paraná e Juntos! RS 8 abr 2024, 13:20

A partir de um final de semana de estudos e discussões, o Acampamento do Juntos! Região Sul, apresenta esta carta com os elementos políticos discutidos e os encaminhamentos táticos e estratégicos para a juventude anticapitalista no próximo período. O acampamento contou com a presença de dezenas de jovens de diversas cidades, escolas e universidades do Paraná e Rio Grande do Sul, e debateu com centralidade as lutas da juventude marxista.

Vivemos um momento de profunda crise do capitalismo mundial, agravada pela emergência climática cada vez mais aguda. As desigualdades sociais e econômicas se aprofundam a tal ponto que hoje, o 1% mais rico da população acumula mais riqueza do que os outros 99% restantes. A lógica neoliberal que coloca o lucro acima da vida avança sobre os direitos e serviços sociais, impondo uma lógica de extrema precarização da vida.

No Brasil, o governo Bolsonaro foi a maior expressão disso. A partir de um programa ultraneoliberal de retirada de direitos aliado ao reacionarismo, enfrentamos 4  anos de duros ataques da extrema-direita. A derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022 foi uma enorme conquista democrática, da qual nós do Juntos fomos parte fundamental. A eleição do Lula foi importante para termos melhores condições de lutar e avançar nas lutas da juventude. Porém, este governo de conciliação de classes tem já apresentado seus limites. Ao invés de enfrentar a lógica neoliberal, o governo Lula tem implementado uma série de ataques ao povo e à juventude tal como o novo arcabouço fiscal, a reforma do ensino médio, o corte do orçamento anual das Universidades Federais e IF’s, a proposta de privatização dos presídios, o PL do Uber e tantos outros.

Nessa conjuntura, se faz muito necessário um movimento estudantil vivo, independente e de luta.  Nós do Juntos! nos colocamos a tarefa de disputar a direção do movimento estudantil, para pressionar o governo por avanços sociais e investimentos na educação. Além disso, precisamos ser peça ativa no enfrentamento à extrema direita, que continua crescendo e se mobilizando ativamente, sobretudo nas ruas.

O acúmulo político das discussões do acampamento aponta o Juntos! como uma ferramenta de disputa política, de mobilização permanente por avanços estudantis e sociais. Será tarefa de cada militante ser um megafone das lutas da juventude anticapitalista, e fomentar ativamente a construção nos seus núcleos de base para disputar entidades como grêmios estudantis, diretórios acadêmicos, DCE’s e intervir nas entidades gerais (UNE, UBES, UEE’s) a partir das bases. 

Encaminhamentos:

LGBTQIA+

  • Formações marxistas específicas para intervenção no movimento LGBTQIA+;
  • Reorganizar as setoriais regionalmente;
  • Campanha pelas Cotas Trans nas Universidades, Institutos Federias e permanência nas escolas;

Negritude:

  • Organizarção de núcleos de negros e negras do Juntos nas cidades;
  • Preparar o encontro regional da negritude no final do ano;
  • Promover ações locais no 13 de maio, data da abolição incompleta;
  • Intervir no interior dos movimentos negros com uma linha marxista

Mulheres:

  • Organização de núcleos feministas na juventude;
  • Construir as ações do mês de julho dia da mulher negra, latinoamericana e caribenha
  •  Campanha pela legalização do aborto no mês de setembro; 

Ecossocialismo:

  • Formação de núcleos ecossocialistas do Juntos nas escolas, universidades e territórios 
  • Organizar solidariedade ativa em situações de tragédias ambientais causadas pela crise climática
  • Campanha pela Tarifa Zero
  • Escrachos a empresas que contribuem para a devastação do planeta e material visual sobre a crise climática 


Movimento estudantil

  • Campanha de organização de grêmios estudantis, centros acadêmicos e DCEs.
  • Mobilização para a Conferência Internacional Antifacista
  • Mobilização para o Congresso da UBES
  • Apoio e intervenção nas greves da educação 
  • Construção da luta nas escolas e universidades pela revogação completa do NEM

Últimas notícias