Carta do acampamento do Juntos! Região Sul 2024
O acampamento contou com a presença de dezenas de jovens de diversas cidades, escolas e universidades do Paraná e Rio Grande do Sul, e debateu com centralidade as lutas da juventude marxista.
A partir de um final de semana de estudos e discussões, o Acampamento do Juntos! Região Sul, apresenta esta carta com os elementos políticos discutidos e os encaminhamentos táticos e estratégicos para a juventude anticapitalista no próximo período. O acampamento contou com a presença de dezenas de jovens de diversas cidades, escolas e universidades do Paraná e Rio Grande do Sul, e debateu com centralidade as lutas da juventude marxista.
Vivemos um momento de profunda crise do capitalismo mundial, agravada pela emergência climática cada vez mais aguda. As desigualdades sociais e econômicas se aprofundam a tal ponto que hoje, o 1% mais rico da população acumula mais riqueza do que os outros 99% restantes. A lógica neoliberal que coloca o lucro acima da vida avança sobre os direitos e serviços sociais, impondo uma lógica de extrema precarização da vida.
No Brasil, o governo Bolsonaro foi a maior expressão disso. A partir de um programa ultraneoliberal de retirada de direitos aliado ao reacionarismo, enfrentamos 4 anos de duros ataques da extrema-direita. A derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022 foi uma enorme conquista democrática, da qual nós do Juntos fomos parte fundamental. A eleição do Lula foi importante para termos melhores condições de lutar e avançar nas lutas da juventude. Porém, este governo de conciliação de classes tem já apresentado seus limites. Ao invés de enfrentar a lógica neoliberal, o governo Lula tem implementado uma série de ataques ao povo e à juventude tal como o novo arcabouço fiscal, a reforma do ensino médio, o corte do orçamento anual das Universidades Federais e IF’s, a proposta de privatização dos presídios, o PL do Uber e tantos outros.
Nessa conjuntura, se faz muito necessário um movimento estudantil vivo, independente e de luta. Nós do Juntos! nos colocamos a tarefa de disputar a direção do movimento estudantil, para pressionar o governo por avanços sociais e investimentos na educação. Além disso, precisamos ser peça ativa no enfrentamento à extrema direita, que continua crescendo e se mobilizando ativamente, sobretudo nas ruas.
O acúmulo político das discussões do acampamento aponta o Juntos! como uma ferramenta de disputa política, de mobilização permanente por avanços estudantis e sociais. Será tarefa de cada militante ser um megafone das lutas da juventude anticapitalista, e fomentar ativamente a construção nos seus núcleos de base para disputar entidades como grêmios estudantis, diretórios acadêmicos, DCE’s e intervir nas entidades gerais (UNE, UBES, UEE’s) a partir das bases.
Encaminhamentos:
LGBTQIA+
- Formações marxistas específicas para intervenção no movimento LGBTQIA+;
- Reorganizar as setoriais regionalmente;
- Campanha pelas Cotas Trans nas Universidades, Institutos Federias e permanência nas escolas;
Negritude:
- Organizarção de núcleos de negros e negras do Juntos nas cidades;
- Preparar o encontro regional da negritude no final do ano;
- Promover ações locais no 13 de maio, data da abolição incompleta;
- Intervir no interior dos movimentos negros com uma linha marxista
Mulheres:
- Organização de núcleos feministas na juventude;
- Construir as ações do mês de julho dia da mulher negra, latinoamericana e caribenha
- Campanha pela legalização do aborto no mês de setembro;
Ecossocialismo:
- Formação de núcleos ecossocialistas do Juntos nas escolas, universidades e territórios
- Organizar solidariedade ativa em situações de tragédias ambientais causadas pela crise climática
- Campanha pela Tarifa Zero
- Escrachos a empresas que contribuem para a devastação do planeta e material visual sobre a crise climática
Movimento estudantil
- Campanha de organização de grêmios estudantis, centros acadêmicos e DCEs.
- Mobilização para a Conferência Internacional Antifacista
- Mobilização para o Congresso da UBES
- Apoio e intervenção nas greves da educação
- Construção da luta nas escolas e universidades pela revogação completa do NEM