Todo apoio ao direito à greve dos professores do Ceará: Elmano, respeite a educação!
Aqui externamos nossa solidariedade e apoio aos professores da rede estadual do Ceará, desde os grevistas que estão sofrendo perseguição do Governo do Estado até os professores que foram golpeados tanto por um governo que não valoriza a categoria, quanto por um sindicato que não representa verdadeiramente a classe.
Nos últimos dias temos acompanhado um levante dos professores ligados à rede de educação estadual do Ceará, sejam das escolas ou universidades. Ambas as categorias reivindicam a valorização da carreira docente, além das condições estruturais nas instituições, que vêm sendo sucateadas ao longo dos últimos anos, muito embora esses governos, desde Camilo Santana (PT) – atual ministro da educação, até o governo Elmano de Freitas (PT) – atual governador, anunciem com muito orgulho “a melhor educação do país”. As contradições do projeto neoliberal para a educação cearense estão cada vez mais explícitas.
No final do mês de março os docentes da Universidade Estadual do Ceará e da Universidade Regional do Cariri deflagraram greve que teria início no dia 04 de abril, com ampla participação da categoria. Às vésperas do início, fomos todos surpreendidos com uma notícia de decreto de ilegalidade da greve, solicitada pelo Governo do Estado, que demandou além da ilegalidade, multa aos sindicatos e aos dirigentes sindicais individualmente, numa nítida perseguição política daqueles que ousam e não rifam as luta da classe.
Ainda no dia 04 de abril aconteceu em Fortaleza uma assembleia dos professores da rede básica de educação, que tinha como pauta avaliar a proposta de negociação enviada pelo governo do estado e votar a deflagração de greve, que contou com a participação de mais de 3 mil trabalhadores, dos interiores e da capital, que em absoluta maioria reivindicavam uma greve da categoria, pois a proposta apresentada pelo governo foi completamente insuficiente diante das reivindicações.
Foi nesse ponto que se escancararam os problemas da direção do movimento dos docentes da rede básica de ensino cearense, com a gestão do sindicato (PCdoB) rendida aos interesses do governo, longe das bases e encastelada na burocracia. Resultou em uma assembleia gigante aos gritos de “não vai ter golpe”, em resposta à APEOC ter orquestrado uma manobra para não votar a greve, pois sabiam que seriam derrotados e assim, impedidos de negociar a luta dos professores por cima e nos gabinetes.
Além do golpe autoritário ao não ouvir a categoria, o sindicato contratou seguranças particulares que agrediram professores que não aceitaram os desmandos e cobraram que fosse votada a greve. Após a revolta dos trabalhadores, a direção da APEOC fez um pronunciamento absurdo chamando os professores que se rebelaram de forma justa com a postura vergonhosa do sindicato, de fascistas. Inaceitável!
Aqui externamos nossa solidariedade e apoio aos professores da rede estadual do Ceará, desde os grevistas que estão sofrendo perseguição do Governo do Estado até os professores que foram golpeados tanto por um governo que não valoriza a categoria, quanto por um sindicato que não representa verdadeiramente a classe. Em que pese as tentativas deploráveis de desmobilização, reconhecemos e nos inspiramos pela força da base que não abaixa a cabeça frente às traições e toma pelas próprias mãos o futuro de sua luta.
