A força das feministas contra os fundamentalistas
A luta das ruas contra o PL 1904 e a defesa da vida das mulheres, crianças e pessoas que gestam.
No último dia 12 de junho Arthur Lira protagonizou um verdadeiro crime contra a vida das mulheres, meninas e pessoas que gestam. Sinalizando apoio à bancada conservadora e fundamentalista da câmara aprovou a urgência do PL 1904/2024 que visa criminalizar vitimas de estupro que tenham realizado abortamento com mais de 22 semanas de gestação, equiparando o aborto ao crime de homicidio. As vitimas de estupro que realizarem um aborto poderão ficar 20 anos presas enquanto seu estuprador poderá ficar no maximo 10 anos.
Atualmente em casos de estupro o aborto já é legal no país, mesmo assim inumeros equipamentos de saude colocam limitações para realização do procedimento atrasando ainda mais a interrupção da gestação. No Brasil, a cada 8 minutos uma menina de até 13 anos é estuprada e muitas engravidam, sem saber o que está acontecendo com o próprio corpo tornando ainda mais demorada a descoberta e interrupção legal da gestação. Esse PL portanto é uma afronta à vida das meninas, por isso as feministas se organizaram para dizer que: criança não é mãe!
A criminalização do aborto no mundo nunca fez com que ele deixasse de ser realizado, o que aumentou foi a taxa de morte entre as mulheres, principalmente entre as pretas e perifericas. Nenhum país desenvolvido do mundo criminaliza o aborto, porquê trata-se de uma questão de saude publica. A maternidade deve ser tratada como uma escolha.
Se de um lado temos Lira e seus capachos com a força do parlamento, do outro temos as feministas e os movimentos sociais, que imediatamente responderam à esse absurdo ocupando as ruas de todo país com milhares de pessoas na defesa de nossas vidas, disputando e ganhando a opinião pública – segundo pesquisa, dois terços da população ficaram contra o PL – e obrigando Lira a recuar. Mas, nós não temos ilusão com Lira, sabemos que o segundo semestre está breve e queremos o arquivamento total, não confiamos e não vamos aceitar nenhum remendo nesse projeto de lei, por isso seguimos em mobilização pelo arquivamento do PL 1904.
A força das feministas contra o PL 1904 também significa uma luta contra a extrema direita, é exemplar e aponta que o caminho não são as negociações nos gabinetes ou concessões programáticas, mas sim as mobilizações nas ruas.
É com esse espírito, que no dia 27 de junho ocuparemos novamente as ruas do Brasil contra o PL do estupro e pelo direito ao aborto seguro e legal. O movimento estudantil, que também é um movimento social, tem como tarefa construir junto ao movimento feminista essa luta, seguindo a batalha pelo arquivamento do PL1904 e a luta contra a extrema direita.
Dia 27 de junho nos encontramos nas ruas para mais uma primavera feminista!
Criança não é mãe!
Estuprador não é pai!
Arquiva já!
Fora Lira!