NOTA DE APOIO DO COLETIVO JUNTOS! À CHAPA 1: VIRADA NA UFRGS
Comunicação Juntos!

NOTA DE APOIO DO COLETIVO JUNTOS! À CHAPA 1: VIRADA NA UFRGS

Por meio desta nota, queremos expressar nosso apoio à chapa 1 (Virada na UFRGS) na consulta para a reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Juntos UFRGS 15 jul 2024, 11:38

O Juntos e o Virada

O Juntos foi um dos coletivos que ajudou a fundar o Movimento Virada em 2016, ocasião em que o professor Carlos Alberto e a professora Laura Verrastro venceram a consulta para a reitoria. Infelizmente, a inexistência da paridade na Universidade garantiu o primeiro lugar para a chapa de Rui Oppermann e Jane Tutikian. Ao longo dos quatro anos de gestão do Oppermann, os coletivos e membros do movimento Virada seguiram mobilizados, fazendo importante oposição à gestão que assediava servidores, massacrava cotistas e reprimia manifestações democráticas. Ao longo de todo esse tempo, e mesmo antes, as candidatas que hoje estão em chapas opostas, Márcia Barbosa e Ilma Brum, foram importantes aliadas da gestão que combatemos. 

Intervenção Bolsonarista 

Em 2020, ocorreu uma nova consulta, Rui Oppermann tentou a reeleição e o Movimento Virada lançou uma nova chapa, agora com as professores Karla Muller e Claudia Wassermann. Mais uma vez, o Virada venceu a consulta, com ampla vantagem entre estudantes e técnicos. Porém, novamente o CONSUN optou por fazer o cálculo a partir do peso de 70% para os professores. Dessa vez, teve ainda um agravante: o professor Danilo Blank propôs o fator redutor, diminuindo ainda mais o peso do voto de cada estudante e técnicos. Rui Oppermann acabou ficando em primeiro na lista tríplice enviada ao MEC pelo CONSUN. Contudo, com a articulação de deputados da extrema direita, Bolsonaro decidiu indicar o último da lista. Os últimos 4 anos foram marcados pela falta de transparência e democracia nas decisões em nossa universidade. No auge da pandemia, em 2020, Carlos André Bulhões e Patrícia Pranke foram nomeados sem respaldo algum da comunidade acadêmica da UFRGS.

Após a nomeação do interventor, foi necessário a articulação dos setores da esquerda com o campo democrático crítico ao projeto bolsonarista de sucateamento da educação. Nas instâncias internas da Universidade, como CEPE e CONSUN, isso se traduziu em uma importante unidade de ação com o grupo SOMOS, liderado pela professora Márcia Barbosa, ex-diretora do Instituto de Física e antiga aliada da gestão Rui Oppermann. Essa unidade de ação nos conselhos superiores garantiram algumas vitórias importantes, ainda que pontuais, contra os interventores. É claro que se houvesse um movimento de massas em mobilização permanente contra a intervenção poderíamos ter arrancado a destituição, mas não foi o caso, ainda que em alguns momentos tenhamos logrado construir manifestações importantes.

JUNTOS na UFRGS!

Nós do Juntos! defendemos um programa de aprofundamento das políticas de assistência e permanência com o aumento do auxílio de material; reajuste das bolsas; desvinculação entre bolsa e trabalho; transporte intercampi; passe livre no transporte público; acesso à internet e equipamentos; creche universitária; ampliação das Casas de Estudante; etc. 

Sabemos que todas essas medidas são insuficientes, mas fazem parte de um programa democrático e popular para a Universidade, ampliando o acesso e garantindo a permanência dos filhos e filhas da classe trabalhadora. 

Nas últimas semanas, por exemplo, avançamos no debate público sobre a efetivação do ônibus Intercampi através de importantes ações do DCE, uma política amplamente defendida pelo nosso movimento. Isso tudo só é possível com mobilização dos estudantes e radicalização da democracia na universidade. Por isso não fomos vacilantes em batalhar pela paridade na UFRGS, uma conquista histórica do Movimento Estudantil que deve ser defendida até o final desse processo de consulta e formação da lista tríplice. Por isso, estamos fazendo um apelo para que os estudantes participem massivamente dessa consulta. 

Queremos que a próxima reitoria seja independente de governos. É urgente a luta contra o Novo Arcabouço Fiscal e a meta de déficit zero de Lula e Haddad. Sem investimentos pesados em saúde e educação não será possível recuperar o país da tragédia bolsonarista e das consequências da pandemia e das catástrofes climáticas. Também é preciso denunciar a opção política do governo Lula em manter os interventores indicados por Bolsonaro, mesmo com pedidos de destituição das respectivas comunidades acadêmicas, como foi o caso da UFRGS.

A luta por paridade não é de hoje 

A paridade, que é uma demanda histórica dos estudantes, não é novidade pra nós, há muitos anos defendemos eleições paritárias na UFRGS. E por isso construímos o Movimento Virada, que desde 2016 tem se apresentado nas consultas de reitoria e denunciado a imoralidade que era o sistema 70/15/15, sistema esse que foi defendido por diversos setores que atuam em nossa universidade. Já em 2016, enxergamos no Virada o setor mais avançado no que tange a mobilização e radicalidade dentro da nossa universidade, foi com esse perfil que nas consultas de 2016 e 2020 o Virada foi a chapa mais votada, não assumindo apenas pela falta de democracia interna que imperava na UFRGS. 

Mais uma vez o Virada se apresenta para a consulta à comunidade acadêmica da UFRGS, dessa vez mais maduro, com peso dos servidores técnico-administrativos em educação, dos estudantes da graduação e da pós-graduação e de professores. Levando em consideração a paridade, é possível ganhar ainda que o cenário da eleição mostre uma disputa acirrada com as outras duas chapas. 

A chapa 2 é a chapa representada pela Professora Ilma Brum, do ICBS. A chapa mais à direita desse processo, com forte apoio de professores com histórico de votos contra a paridade e contra os estudantes, além de ter sido base aliada da Gestão Rui Oppermann, uma gestão marcada por atropelos e pela política de matrículas provisórias, como dito acima. A chapa 3, encabeçada pela Professora Márcia Barbosa, da base Rui, e manteve os mesmos votos contra a paridade. A diferença entre as duas é a de que a chapa 3 reivindica o Governo Lula, não tem posição sobre o arcabouço fiscal e ainda é apoiada pela ex Pró-Reitora de Assistência Estudantil, Suzi Camey, que ficou conhecida na universidade como “moedora de cotistas”. 

Acreditamos em uma UFRGS que possa ser igualitária, democrática , de excelência, e que garanta o acesso e a permanência dos filhos da classe trabalhadora. Por isso achamos que a chapa 1 – Virada na UFRGS composta pela professora Liliane Giordani e Carlos Alberto Gonçalves é a chapa que reúne condições programáticas de avançar em um projeto de universidade do povo e para o povo.


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