Um chamado à luta: Manifesto do Juntos! rumo ao CONEB
Comunicação Juntos!

Um chamado à luta: Manifesto do Juntos! rumo ao CONEB

Ampliar nossas lutas e fortalecer esquerda Independente

Juntos! 20 dez 2024, 19:35

O movimento estudantil no Brasil precisa tomar novos rumos! As tentativas golpistas desmascaradas de Bolsonaro, o genocídio do povo palestino e a reeleição de Trump demonstram que a extrema-direita segue viva, mas, ao mesmo tempo, que as razões pelas quais elas se reproduzem seguem. As más condições de trabalho, a crise climática, a precarização na saúde e educação demonstram como nosso povo e nossa juventude vive uma falta de perspectiva, na qual muitas vezes a única crença possível em uma vida melhor é a tentativa de uma saída individual dos problemas que, na prática, é raramente alcançável.

A juventude sempre foi ponta de lança nos momentos de mudança no país. Das mobilizações contra à ditadura a Junho de 2013, ou mesmo no Tsunami de Educação em 2019, o movimento estudantil em especial teve uma papel fundamental em apontar que a saída pela luta coletiva e organização popular. Hoje, o aumento do debate sobre a escala 6×1, a chegada da COP 30 ao Brasil após as enchentes no Rio Grande do Sul e o aumento da evasão nas universidades por todo país, é necessário debater: qual saída que podemos construir para nossa geração?

Debater isso, as vésperas do maior encontro de Centros Acadêmicos do país, o CONEB, não pode ser feito sem um apontar a insuficiência que vive a UNE em si. A falta de tentativas de construir mobilizações contra o arcabouço e o ajuste fiscal e a forma com que a entidade vem priorizado um debate sobre reforma universitária sem conectar com a principal mudança real nas universidades – a constante precarização que elas vem sofrendo há mais de 10 anos e o consequente aumento da evasão – demonstram que papel a UNE vem tomando. Ou seja, a conexão direta que a sua direção majoritária tem com o próprio governo federal, impede que a entidade cumpra seu papel necessário de ser uma referência de luta aos estudantes.

Porém, a crítica à majoritária da UNE é um primeiro passo a seguinte questão: como o movimento estudantil pode, nesse momento, disputar uma perspectiva para os estudantes e a juventude? Hoje, temos a Oposição de Esquerda como espaço fundamental da articulação entre setores que compreendem necessário um polo independente dentro do movimento estudantil, mas precisamos refletir como esse espaço pode ir além das suas fronteiras hoje estabelecidas.

Debater como fortalecer um espaço para a esquerda independente, que não se limite a chapas para o CONUNE e DCEs, mas que sirva como polo atrativo de construção de um programa e iniciativas que não dependam dos limites impostos pelo governo é cada vez mais necessário. Ou seja, superar as atuais limitações do movimento estudantil, a refletir dois objetivos: conectar a luta e os lutadores.

A luta, porque a realidade que vivemos não nos permite debater somente dentro das fronteiras das nossas universidades. Não é à toa que a escala 6×1 se tornou um centro de mobilização na juventude. O jovem enquanto sujeito vive uma crise de forma multifacetada: é o teto caindo na sua universidade, sua casa sendo tomada pela enchente e o trabalho que não parece ter fim. O movimento estudantil precisa se conectar cada vez mais com o todo e estar combinado com um movimento de juventude que debate como construir perspectiva para nossa geração.

Os lutadores porque precisamos debater como nos organizamos. Precisamos retomar a ideia de que a unidade dos setores de esquerda independente possa significar a um campo em si, que inclua, mas vá além das organizações políticas clássicas estudantis. Construir espaços entre os setores da esquerda independente que também inclua Centros Acadêmicos, coletivos de dentro e de fora da universidade, federações de curso, ou seja, todos que acreditam que seja possível construir uma síntese em comum dos dispostos à luta, da forma o mais plural e democrático possível.

O próprio CONEB pode ser um momento para dar um passo importante, onde possamos construir espaços entre os CAs e coletivos que veem a insuficiência do momento que estamos para refletir em conjunto sobre nossos desafios e calendários, incluindo o dia 28 de março, data da morte de Edson Luis. Mas essa reflexão precisa ser geral: como, em cada universidade, encontrar uma síntese entre os que estão dispostos a lutar e dar espaço para que cada estudante consiga ver, no movimento estudantil combatente, uma perspectiva de projeto e de mobilização.

Ou seja, é hora de nos reinventar, ter prioridade no enfrentamento aos responsáveis da crise climática, lutar pela diminuição da jornada do trabalho e reformulação da lei do estágio, ter uma articulação real para a defesa do piso na educação e o fim do arcabouço fiscal, mas isso nos exige compreender o movimento estudantil como movimento social e organizar aqueles que estão dispostos a lutar o mais democraticamente possível. É hora de reconstruir nosso campo da esquerda independente de forma que amplie para além de nós mesmos, fazendo um verdadeiro convite à luta a todos que estão indignados com as condições de vida que o neoliberalismo e a extrema-direita proporcionam.

Precisamos dizer nosso próprio nome, mas mais que isso, compreender que não existe saída solitária. Reinventar o papel da esquerda independente com todos aqueles dispostos a lutar e conectar nossas lutas e mobilizações em um projeto em comum é parte central do nosso desafio. Precisamos apontar que sem mobilização e sem crítica a lógica imposta pelo sistema capitalista é impossível melhores as condições de vida dos trabalhadores, acabar com as enchentes e reerguer nossas universidades. Para isso, precisamos ampliar nosso espaço na sociedade, criar um pólo realmente orgânico capaz de disputar a nossa geração e trazer conosco todas as vozes que topam tentar encontrar na mobilização uma saída para toda essa crise. Convidamos todos CAs, coletivos, federações e estudantes a buscarem, em conjunto, essas respostas!

Assine nosso manifesto: https://forms.gle/wgjKZZ31rjMcXcrz8


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