Oposição elege 3 diretorias na executiva e segue na luta por uma UNE combativa
Impressões iniciais do Movimento Juntos! sobre a eleição da nova diretoria da UNE e os desafios da entidade.
Após diversos atropelos da majoritária, desde criação artificial de DCEs, impugnação de chapas e mesmo fraudes, o Congresso da UNE termina com um recado daqueles que acreditam em um movimento estudantil das ruas e não da burocracia – a oposição segue viva construindo um movimento estudantil de luta.
Foram mais de mil votos na Oposição, com delegados de todo país, numa chapa composta pela esquerda do PSOL (Juntos!, Pajeú, Ecoar, Alicerce, Revolução Socialista), Vamos à Luta, Correnteza e UJC e estudantes que durante o Congresso escolheram a oposição como uma representação de um novo tipo de movimento estudantil.
Em um Congresso onde o Ministro Barroso (que votou contra o piso da enfermagem) foi convidado, em que Camilo Santana (ministro da educação que tem defendido o Novo Ensino Médio) foi recebido com aplausos, no qual o principal espaço de unidade antifascista (ato de solidariedade ao MST) foi esvaziado e no qual a majoritária recusou puxar uma mobilização nacional no dia 11 de Agosto contra o Novo Ensino Médio, se mostrou necessária a unidade de todos setores que defendem a luta contra o arcabouço fiscal, o NEM, pelo piso nacional de saúde e educação e que defendem uma UNE independente e combativa.
A decisão irresponsável da Juventude Sem Medo (RUA, Afronte, Manifesta, Fogo no Pavio, Brigadas Populares e Travessia)A majoritária, mesmo não conseguindo ter o controle político que queria do Congresso, conquistou um dos seus principais objetivos, retomando a Secretaria-Geral da entidade.Isso se deu pela vacilação e decisão irresponsável da Juventude Sem Medo, que decidiu construir uma chapa própria com um setor do PT.
Desde o começo estivemos convocando a Juventude Sem Medo para uma chapa unificada da oposição, apesar das diferenças, por entender que esse congresso poderia ser um ponto de partida para novos marcos de unidade dentro da oposição que permitiriam uma política de unidade contra a extrema direita sem se calar contra os ataques neoliberais colocados.
Nos surpreendeu muito negativamente quando tiveram a decisão de defender a resolução de conjuntura com a majoritária. A UNE que não se posiciona sobre o arcabouço e impede a luta contra o NEM, colocando uma polarização entre o PNAES e as cotas contra a pauta da revogação, essa também é a leitura da necessidade conjuntural da JSM? Ao defender essa resolução, a JSM se unificou com a leitura desses setores que impediram essa luta ampla e necessária. Acreditamos que o PNAES, as cotas e o NEM são pautas que não podem ser separadas como faz a majoritária – defender a luta contra o NEM é fundamental para o movimento universitário impedir que as bases da educação nacional se tornem reféns de uma lógica mercadológica, afetando diretamente o ensino superior. Aqueles que acreditam que a luta contra o NEM é fundamental não poderiam ter votado junto com aqueles que ativamente a impediram.
Ontem, a oposição cumpriu seu papel. Só não pôde seguir na Secretaria-Geral por uma decisão política consciente da Juventude Sem Medo favorecer a burocracia da UNE perante uma unidade da oposição. Mas mais de cem mil estudantes foram representados por nossos delegados e seguimos fortes com 3 executivas eleitas e uma certeza que na UNE ainda existirá aqueles que defenderão os estudantes e que, diferente do que foi a decisão da majoritária da UNE, lutarão para que o 11 de Agosto tenha as ruas ocupadas nesse país contra o Novo Ensino Médio!Se você quer uma UNE diferente, venha organizar sua indignação no movimento Juntos!