Lançamento do Plebiscito Contra a Privatização da Sabesp, CPTM e Metrô
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Lançamento do Plebiscito Contra a Privatização da Sabesp, CPTM e Metrô

Pela Unidade de Todos para Enfrentar o Governador Bolsonarista Tarcísio de Freitas em São Paulo

Victor Luccas 12 set 2023, 14:45

No dia 5 de setembro, ocorreu o lançamento do plebiscito contra a privatização da Sabesp, CPTM e Metrô. Centenas de trabalhadores das três empresas e de muitas outras categorias, sindicatos, centrais, movimentos sociais e partidos políticos estiveram presentes na Quadra dos Bancários demonstrando a força com que vão enfrentar a privatização proposta pelo Governador bolsonarista de São Paulo, Tarcisio de Freitas.

As categorias já estavam se mobilizando para enfrentar os ataques neoliberais do governo do estado. O Sintaema, o Sindicato dos Metroviários e o dos Ferroviários já haviam realizado manifestações e greves no último período, fazendo do lançamento um evento que marca a unidade das categorias para o combate. Tal como os trabalhadores da obra da Linha-6, subcontratados por empresa privada que ganhou o leilão da concessão, já estavam em greve por melhores condições de trabalho. Ou então a greve dos metroviários que colocou a possibilidade real de um Metrô gratuito para toda população durante a greve.

O Bolsonarismo, por sua vez, tem sofrido duros golpes desde o fracasso da tentativa do golpe no 8 de janeiro. Bolsonaro não conseguiu apoio de todo o PL para boicotar o Governo Lula na Reforma Tributária, por exemplo. Tarcísio de Freitas (Republicanos) contrariou abertamente o ex-presidente na reunião do PL e defendeu apoiar a reforma. Os escândalos das joias roubadas gerou muita desmoralização, além da iminente prisão de Bolsonaro. Assim, Tarcísio parece tentar se apresentar como líder capaz de guiar a direita ao aplicar duras medidas neoliberais, como as privatizações de empresas públicas fundamentais no estado, dando fôlego político ao bolsonarismo como movimento.

Portanto, a luta contra as privatizações tem um caráter triplo que deve ser explorado. O primeiro é ser uma luta sindical e “econômica”, em defesa dos trabalhadores que podem sofrer demissões em massa, piora das condições de trabalho e salariais e perda de direitos com a venda das empresas. A exemplo do que está sendo a empresa terceirizada SG, responsável pelas bilheterias das linhas 8 e 9, que não honrou seu contrato, desistiu do serviço e deixou seus trabalhadores, que agora estão em greve, sem receber salário. O segundo aspecto é a defesa de serviços públicos de qualidade para toda a população, tendo em vista que a privatização poderá aumentar os preços dos serviços de saneamento básico e transporte, além de piorá-los como estamos presenciando a péssima gestão da Via Mobilidade que provoca acidentes, atrasos e descarrilamentos frequentes nas linhas de trem da CPTM. Nesse quesito, realizar o plebiscito recolhendo o voto das pessoas nas ruas, dizendo se apoiam as privatizações ou não, é um método de diálogo para envolver o povo nesse debate, gerar revolta e convocá-lo para a luta junto dos trabalhadores em defesa dos serviços públicos.

O último e terceiro aspecto, por fim, é dessa luta representar e poder se desenvolver com mais força em uma luta política contra Tarcísio no Estado de São Paulo, ou seja, uma continuidade da luta contra o bolsonarismo para esmagá-lo. Nesse sentido, a unidade inicialmente formada com o lançamento do plebiscito ainda pode se expandir e agregar outras mobilizações parciais que já estavam ocorrendo e suas pautas, como a luta dos estudantes e professores pelo Fora Feder (Secretário da Educação do Estado de São Paulo), a greve das ETECs e a possível greve de estudantes que está se colocada na USP.

Ainda há um longo caminho a percorrer, mas essa batalha necessária contra as privatizações será observada tanto pela direita quanto pela esquerda, podendo servir de exemplo para outras regiões. Dessa forma, é importante que os mais diversos setores e movimentos trabalhem na realização do plebiscito, colocando o debate para a sociedade, buscando aumentar o apoio popular aos serviços públicos e almejando a unidade na luta para não darmos nenhum suspiro ao bolsonarismo.


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