Vitória dos estudantes da PUC Campinas!
A disputa estudantil pelo acesso ao FIES foi vitoriosa! Porém, o financiamento é limitado, e muitos ficarão de fora. A luta segue para além dos muros da universidade.
Os estudantes da PUCC deram uma aula de democracia nos últimos dias. A disputa estudantil contra a reitoria pelo acesso ao FIES¹ foi vitoriosa, e a convocatória para a segunda manifestação do movimento garantiu uma posição oficial da universidade recuando no cancelamento do financiamento¹¹. As insuficiências da extensão do programa (limite de dinheiro por curso) excluirão, porém, uma parcela significativa de matriculados que agora conseguem acessar o FIES**. A disputa política pela Educação segue, e extrapola os muros da universidade. Nossa pequena-grandiosa vitória é prova de que só a luta conquista.
Recordemos: Depois da explicação da reitoria posterior à 1ª mobilização, muitos estudantes sentiram-se traídos e desesperançosos diante da intransigência da Universidade, que afirmava não ter responsabilidade pelo cancelamento do programa, que previa um reajuste de mensalidade menor do qe o efetivado pela PUCC. Sonhos seriam cancelados junto ao programa, e a universidade estava preocupada em garantir os lucros próprios de uma instituição nada filantrópica¹². A indignação dos estudantes soube se organizar na campanha pelos “500 da PUCC” (ingressantes que perderam o financiamento), contra esses cancelamentos do FIES. Uma nova manifestação foi marcada para 28/04, dois dias antes do fim do prazo de cancelamento de matrícula com devolução do dinheiro.
Em menos de uma semana a campanha cresceu, e momentos antes da segunda manifestação uma nota oficial foi publicada, declarando a retomada do FIES. Convencidos do papel pedagógico da mobilização, os estudantes seguiram pelo Campus I anunciando a batalha travada, chamando seus colegas a refletir e apoiar a causa. Uma importante retomada do movimento estudantil na PUCC, acompanhada da recente mobilização contra o racismo na universidade¹³. Certamente um acúmulo que se provará muito útil e precioso em tempos de ataque aos direitos do povo trabalhador, ataques que têm reflexos dentro e fora da universidade.
Avançamos. Mas as insuficiências do FIES deixarão muitos de fora, entre eles vários desses 500 estudantes²¹. Os que ficarem terão de pagar um aumento abusivo, 9%. E nesse ano, em que o governo Dilma e o Congresso cortaram 7 bilhões da educação no Brasil para pagar bancos, a educação será campeã de cortes, e portanto de lutas. Os tímidos programas de inclusão nas universidades privadas, as universidades públicas, a carreira dos professores, o ensino básico… todos estarão na mira dos ajustes. Isso se combina com a precarização dos trabalhadores (aprovação da lei de Terceirização²/ mudanças no seguro desemprego) e com o aumento das tarifas por todo o país (energia, água, gasolina, alimentos), uma inflação que corrói o salário do povo. O Movimento Estudantil precisa e pode florecer, amadurecendo esses e outros debates na vida dos estudantes, e apontando caminhos coletivos. Só a organização dentro e fora da universidade pode garantir nossos direitos. Estamos Juntos com vocês nessa caminhada.
Por Otávio Mancuso, militante do Juntos Campinas
¹Sobre o porquê do cancelamento, os prejudicados e a primeira manifestação: https://juntos.org.br/2015/04/solidariedade-aos-500-da-puc-campinas/
¹¹ http://www.puc-campinas.edu.br/noticias/5414/nota-de-esclarecimento–fies/
¹² A PUCC se propõe uma instituição filantrópica.
²https://juntos.org.br/2015/04/abaixo-o-pl-das-terceirizacoes-nenhum-direito-a-menos/