As vidas do Jacarezinho importam? Basta de genocídio do povo negro! A periferia quer viver!
O mesmo estado que deveria servir como a instituição que fornece estrutura para os trabalhadores, novamente promoveu a barbárie fazendo com que até mesmo usuários do metrô fossem atingidos por tiros disparados na operação.
Jacarezinho, comunidade marcada pela luta do povo negro, conhecida como quilombo urbano pois servia de rota de fuga de negros escravizados que se instalavam na parte alta da favela. Uma das maiores comunidades da zona norte do Rio de Janeiro, conta com cerca de 40 mil moradores e é símbolo de resistência, assim como todas as periferias que possuem diversas histórias de lutas.
No dia 6 de maio a favela do Jacarezinho sofreu com uma operação executada pelo “braço armado do estado” que ao invés de servir e proteger a periferia, entrou na favela, mesmo com a determinação do STF que proíbe operações policiais nas favelas do Rio de Janeiro durante a pandemia, e promoveu uma chacina levando a mais de 27 óbitos na comunidade.
O povo negro e periféico merece respeito, em meio a pandemia que já está ceifando milhares de vidas nas favelas, os trabalhadores e crianças ainda tiveram que presenciar um massacre promovido pelo estado contra inocentes e suspeitos no Jacarezinho. A história cobrará mais essa ação truculenta da Polícia Civil e da Polícia Militar.
Esse mesmo estado que deveria servir como a instituição que fornece estrutura para os trabalhadores, novamente promoveu a barbárie fazendo com que até mesmo usuários do metrô fossem atingidos por tiros disparados na operação.
A população negra e pobre nunca foi protegida pelo estado e isso nós sabemos.
O governo negacionista que corta o auxílio emergencial sabendo muito bem quem são as maiores vítimas do coronavírus é o mesmo que zomba do nosso povo quando somos massacrados pela polícia.
O próprio vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB), em entrevista sobre chacina no Jacarezinho, se referiu às vítimas dizendo que “é tudo bandido”. Essa é a visão dos autoritários que hoje governam nosso país, esses são os mesmos que preferem liberar o porte de armas ao invés de armar a população com educação e livros.
Uma pesquisa da faculdade de medicina da UFMG mostra que os homens negros são as maiores vitimas da covid-19. “Homens negros são 250 óbitos pela doença a cada 100 mil habitantes. Entre os brancos, são 157 mortes a cada 100 mil.”
Curiosamente são os homens negros que são as maiores vitimas dessa “guerra às drogas” que está instaurada no brasil, mas que na verdade só tem servido para massacrar a população pobre e negra.
Precisamos de um programa político que de fato proteja a população que mora nas periferias. Este não é um problema de hoje, não podemos esquecer que ações similares à que aconteceu na comunidade do Jacarezinho já haviam ocorrido em 2007 no Complexo do Alemão ainda no governo do Partido dos Trabalhadores.
Precisamos organizar os nossos, precisamos de políticas públicas para a população, precisamos de vacina e não de chacina! Vidas faveladas Importam!