Reitora eleita é reitora empossada: Balanço do Juntos! DF sobre a consulta para reitoria
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Reitora eleita é reitora empossada: Balanço do Juntos! DF sobre a consulta para reitoria

A vitória em primeiro turno da chapa Somar na consulta para reitoria da UnB foi um marco importante na luta contra a intervenção e o governo Bolsonaro. O Juntos! construiu ativamente essa campanha e trazemos nesse texto algumas reflexões sobre as eleições e as próximas tarefas do movimento estudantil.

Juntos DF 31 ago 2020, 16:20

A vitória em primeiro turno da chapa Somar na consulta para reitoria da UnB foi um marco importante na luta contra a intervenção e o governo Bolsonaro. Temos exemplos recentes de universidades que sofreram intervenção ou estão sob risco, como a UFERSA e a UFRGS. Essa é a principal estratégia que o governo vem traçando para garantir que sua política seja aplicada nas universidades públicas, enfraquecendo a democracia e o caráter público dessas instituições. 

Sabemos que o governo tem aliados na UnB. O grupo autointitulado Docentes Pela Liberdade, famoso pelas fotos com arminhas, tem relação próxima com Weintraub e já se posicionou favorável a uma intervenção na UnB. Sua expressão na consulta para reitoria foi a candidatura de Virgílio Arraes, que além de não assinar o termo de compromisso do DCE, vem deslegitimando as reivindicações do movimento estudantil e o papel do Conselho Universitário na eleição para reitoria. A derrota desse projeto, que ficou em quarto lugar e obteve apenas 11% dos votos nas eleições, é significativa e mostra que a comunidade está atenta aos ataques.

Desde o começo afirmamos a necessidade de emplacar uma candidatura progressista como a mais votada da consulta, bem como conquistar uma vitória acachapante sobre a direita na universidade. A vitória em primeiro turno de Márcia Abrahão, portanto, marca um primeiro passo para derrotar a intervenção na UnB. Foram 1255 votos nos docentes (59%), 997 votos nos técnicos (50%) e 5329 votos nos estudantes (47%), sendo de longe a chapa mais votada em todos os segmentos.

O Juntos! e o Juntas! construíram durante esses meses a campanha Somar, organizando atividades nos cursos, reuniões com os Centros Acadêmicos, impulsionando o perfil no Instagram dos Estudantes com Márcia e o grupo das mulheres com Márcia. Também pautamos no DCE a construção da campanha Eu Quero Eleger a Reitoria, construímos a Carta de princípios e reivindicações do movimento estudantil, e temos atuado de forma incessante na luta contra a intervenção.

Durante a campanha, apresentamos diversas reivindicações programáticas à chapa Somar que foram incorporadas, como a luta contra a EC 95 (do teto dos gastos) e o Future-se, a defesa da UnB contra os ataques do MEC e do governo, a defesa intransigente da assistência estudantil. Também apresentamos a institucionalização do Fórum Estudantil, e a construção do Congresso Universitário como resposta democrática às investidas contra a universidade, como um espaço de debate e elaboração da comunidade da UnB.

Essas propostas são o marco para o próximo período, em que teremos que manter de pé a trincheira que construímos contra Bolsonaro na UnB. A luta da educação teve vitórias fundamentais desde o começo desse governo, como a revogação dos cortes de 2019 e a aprovação do FUNDEB permanente mais recentemente. E teremos ainda mais desafios agora, com o anúncio dos cortes no orçamento para 2021 e os ataques à autonomia universitária.

Ainda temos duas etapas importantes na luta contra a intervenção: a batalha para que os candidatos menos votados não se inscrevam no Consuni, e em seguida para que Bolsonaro nomeie efetivamente a prof. Márcia Abrahão como reitora da universidade. Devemos realizar uma ampla campanha do movimento estudantil com a palavra de ordem “Reitora eleita é reitora empossada!” Bem como pressionar para que as candidaturas derrotadas que têm compromisso com a autonomia universitária se engajem ativamente para garantir a nomeação da primeira colocada.

É preciso, também, já iniciar as preparações para a luta contra os cortes, organizando assembleias de base, campanhas de agitação e apontando para a realização de manifestações. Também devemos encampar uma mobilização pelo fim da lista tríplice, para que a autonomia universitária seja efetivamente respeitada, e as intervenções cessem. A consulta mostrou que a comunidade da UnB segue de cabeça erguida e irá derrotar o projeto de educação de Bolsonaro!


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