Bolsonaro e o escândalo da Covaxin
Foto: Jefferson Rudy/Ag. Senado

Bolsonaro e o escândalo da Covaxin

É urgente uma séria investigação sobre a compra superfaturada da Covaxin e a sua ligação com o Bolsonaro.

Raphael Seixo 28 jun 2021, 15:22

Bolsonaro e sua gangue corrupta e genocida, que tanto desdenha da pandemia e da vacina, inclusive ignorando mais de 100 e-mails da Pfizer sobre a compra da vacina por metade do preço, comprou a vacina indiana Covaxin superfaturada em 1000%. A vacina foi comprada por intermédio de Francisco Emerson Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, que, em agosto de 2020, foi alvo do Ministério Público do Distrito Federal sob acusação de fraude na venda de testes rápidos para covid-19.

No dia 8 de janeiro, Bolsonaro enviou uma carta ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, relatando o interesse do país na vacina Covaxin e que já teria a incluído no Plano Nacional de Imunização. Já no dia 25 de fevereiro, o Ministério da Saúde fechou o contrato antes mesmo de assinar com a Pfizer e com a Janssen, ambas mais baratas e com os estudos já concluídos, enquanto a Covaxin é mais cara e ainda está na fase 3 dos testes.

De todas as vacinas negociadas pelo governo federal, a Covaxin é a mais cara, custando R$ 80,70 a unidade, que corresponde a quatro vezes mais cara que a vacina da Fiocruz, a AstraZeneca. Além disso, enquanto Bolsonaro levou mais de 300 dias para assinar o contrato com a Pfizer, depois de recusar várias ofertas da empresa, o negócio com a Covaxin foi acertado em 97 dias. Um contrato de compra de 20 milhões de doses, já com potencial de compra para mais 12 milhões de doses, realizado antes mesmo da autorização da vacina pela Anvisa.

A investigação sobre a compra da vacina Covaxin começou após a revelação do depoimento de Luís Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, ao Ministério Público Federal. Na ocasião, o servidor mencionou ter sofrido pressão para garantir a compra da vacina Covaxin e que avisou Bolsonaro sobre o preço alto da vacina e as irregularidades no contrato. Porém agora, ao invés de investigar as informações dadas por Miranda, o governo anunciou que o servidor será investigado. Uma clara tentativa de intimidação ao servidor, enquanto Bolsonaro e seu governo tentam se blindar.

É necessária uma investigação séria sobre a realização da compra da Covaxin e o porquê dela ter sido comprada com um valor superfaturado e com tantas irregularidades no contrato. O governo reservou mais de R$1,6 bilhão para a compra da Covaxin, entretanto sequer possui a perspectiva de sua entrega. Esse dinheiro deveria ser direcionado a compra das vacinas que já são autorizadas pela Anvisa, que possuem um valor menor e para pagar o auxílio emergencial de R$ 600 para o povo que está morrendo de fome. A corrupção é um dos pilares do governo Bolsonaro e sua equipe. Precisamos dar um basta nisso! Não podemos deixar que Bolsonaro conclua o seu mandato enquanto milhares de pessoas morrem por dia devido a sua política corrupta, genocida e negacionista. Impeachment, já!

Publicado originalmente na Revista Movimento.


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