À memória de Marielle: permanecemos lutando!
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À memória de Marielle: permanecemos lutando!

Hoje, mais do que nunca, deve passar a ser um dia revolucionário.

Mari Plessem 14 mar 2023, 11:16

Dia 14 de março faz 5 anos do brutal assassinato de Marielle Franco, vereadora do PSOL, e Anderson Gomes, seu motorista, no Rio de Janeiro. O caso segue aberto, e os mandantes desse crime livres e impunes. Marielle ecoava os gritos das minorias, dos lgbts, pretos e periféricos. Dos que até hoje seguem nas amarras escravocratas que permanecem e se institucionalizam no sistema capitalista. A PM sobe o morro pra brincar de tiro ao alvo com a pele preta, nossos irmãos de cor têm suas vidas ceifadas.

A milícia interrompe nossas histórias. Tirou a vida de tantos e tira até hoje, como a de Marielle, que combatia, sobretudo, a polícia fascista, denunciando a expansão destes, sua correlação de força e sustento com o Estado. Ou seja, a polícia que deveria nos proteger, na prática, é um dos nossos maiores inimigos: nos encurrala, mata e, depois, inventa uma história, um tanto convincente. Não por acaso, observamos – sistematicamente – ocorrer em outros territórios do país. A chacina da Gamboa (Salvador – BA, 2022) é mais uma triste evidência: policiais alegaram trocas de tiros, mas, segundo investigações realizadas pelo inquérito da Corregedoria da Secretaria de Segurança Pública, só há balas da PM; uma outra, filmada e veiculada nacionalmente, foi o asfixiamento mecânico de Genivaldo de Jesus, no carro da polícia, com gás, pela PF. Esse ato, infelizmente, reflete as torturas ditatoriais, reforçando que todo camburão ainda tem um pouco de navio negreiro, que nosso povo ainda não está livre, que o sistema ainda nos para, asfixia e mata.

E, sob as mesmas opressões, 4 tiros de uma submetralhadora acertaram, novamente, a pele alvo e se alojaram na cabeça de Marielle Franco. Sem adeus, defesa ou protesto. Mais um corpo preto para as estatísticas. 

Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, milicianos que puxaram gatilho, pouco têm seus nomes divulgados. Mais um ano se passa, e a justiça por Marielle e Anderson parece cada vez mais distante. O sistema capitalista nos oprime coletivamente. Sua única e cotidiana operação é nos fazer reféns de suas engrenagens até nos matar – metaforicamente ou não. 

Que nossa resposta seja coletiva e radical na mesma intensidade. Por isso, a importância de nos organizar: para alinhar o ódio do sistema à luta de classes, traçar caminhos com métodos e ferramentas coerentes, como é o Juntos, para o combate às opressões capitalistas.

O povo preto e periférico é sinônimo de revolta. Nossas vozes ecoam os gritos daqueles silenciados! Nossos tambores ecoam a força da nossa indignação, grave e acentuada! Queremos justiça! Essa que nunca será almejada com paz enquanto esta for sinônimo de silêncio/silenciamento. Nossa guerra é para que não precisemos lutar todos os dias para não virar estatísticas: para não aumentá-la. Queremos reparação histórica, queremos tudo que nos foi tirado: Povo, história, cultura, reis e rainhas, ouro! 

No dia de seu assassinato Marielle Franco participou do evento “Jovens Negras Movendo as Estruturas”, e teve seu fim a caminho de casa, na rua dos Inválidos, na Lapa. Não ironicamente foi uma mulher preta que moveu estruturas, sendo a 5° vereadora mais votada no Estado do Rio de Janeiro. Denunciando todo machismo, lgbtqia+fobia e demais opressões intensificadas pelo capitalismo. Relutava essas pautas também na Câmara, local que era constantemente invalidada, pelos mesmos de antes, homens brancos, que sustentam a grande oligarquia e o nepotismo que prevalecem no poder.

Que o legado da vereadora Marielle Franco do PSOL nos motive a seguir firmes e fortes. Hoje, mais do que nunca, deve passar a ser um dia revolucionário. Ocupemos as ruas para denunciar a violência policial contra o povo preto.

Sejamos as sementes da sua luta! Sejamos indignação!🌻✊🏾


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